A apresentação do desfile da Balenciaga Inverno 2013/14 era um momento que o mundo da moda mais esperava desde que foi anunciado, em novembro, que Alexander Wang seria sucessor de Nicolas Ghesquière, que esteve à frente da grife desde 1997 como diretor criativo. O anúncio gerou polêmicas e controvérsias, especialmente por parte dos puristas, que acharam uma decisão “estúpida” e um “sacrilégio” a nomeação de um jovem estilista americano.
Segundo Isabelle Guichot, CEO da Balenciaga, eles queriam alguém com pensamento global, um cidadão do mundo, para trazer uma nova visão e uma nova compreensão da marca.
A estréia de Alexander Wang aconteceu na última quinta-feira (28.02) em Paris, em um clima tenso e silencioso para um público seleto.
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Um desafio para este jovem designer de 29 anos, baseado em Nova York, que, de acordo com a assessoria de imprensa, começou a trabalhar nesta coleção em janeiro. Mesmo com pouco tempo para criar e executar, Wang mostrou uma coleção que entusiasmou compradores e a mídia especializada.
“Estou muito orgulhosa”, disse Anna Wintour, que ajudou a alavancar a carreira do estilista. “Tudo era usável, mas com muitas homenagens ao Balenciaga em si. Foi uma maneira esperta de começar”.
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Revendo o trabalho de Cristóbal Balenciaga, ele se manteve fiel as características que conhecemos da Balenciaga: bainhas curvas, ombros inclinados. As linhas e formas de Cristóbal Balenciaga foram percebidas em casacos casulo, casacos com volumes arredondados, saias pétala, e peplums, em uma paleta de cores preto, branco e cinza.
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Ele trabalhou com belos tecidos, estampa de mármore – a mesma que estampava o chão da passarela - e peles. Um mix de texturas atual com cartela concisa e acessórios marcantes, como e pulseiras com nós de metal e tornozeleiras no mesmo estilo em botas de cano médio.
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Os sapatos com estampa de mármore deixaram a desejar, dando a impressão de desconfortável, sem calce, extremamente cavados e com uma tira super fina no peito do pé.
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Apesar de muitos acharem que a coleção não teve o mesmo impacto criativo que as de Ghesquière, o ar fresco que chega com Wang traz equilíbrio, rejuvenescimento e apelo comercial.
“Wang trouxe seu streetwear esperto para os volumes de alta-costura que são tão Balenciaga. Mas ele minimizou esses elementos de uma maneira mais realista para os dias de hoje”, disse Cathy Horyn, do “NYT”, que certo dia já foi crítica ao trabalho de Wang.
Já Nicole Phelps, do Style.com, disse: “Certamente ele começou com o pé direito. Wang usou tecnologia e técnica para chegar a novos materiais e texturas”.
Na primeira coleção, desenvolvida em circunstâncias pouco favoráveis, todos pareciam torcer para que desse certo, afinal traduzir com respeito códigos históricos e tão sofisticados em um guarda-roupa funcional não é para qualquer um.
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Alexander Wang deixou claro a diferença entre o que ele faz e o que Balenciaga precisa ser.